Ela era intensa.
Se apaixonava pela vida e pelas belezas do mundo.
Era das pessoas e do mundo.
Ela não se segurava ou olhava pra trás frente à um destino
promissor. Se acreditava, se jogava de cabeça tantas e quantas vezes fosse
necessário.
Se decepcionava.
Seu coração era recheado e contornado por super-colas.
Por tantas vezes perdoou, deu segundas chances e se entregou
novamente. como se nada antes a tivesse quebrado.
E ela não desistia.
Ela se importava com o sentimento, a sensação.
O sufocar do
longo suspiro, o acelerar no peito, e o turbilhão de adrenalina em dois
segundos.
Era apaixonada pelo carnal, mas era a alma que a encantava.
Ela acreditava na pureza das pessoas.
Mais uma vez, ela se apaixonou.
Acreditou, se entregou, viveu intensamente.
Perdoou quantas vezes foi necessário, entendeu e adaptou o
quanto pudera.
Sempre ouvira os seus ensiná-la da importancia em consertar, de não jogar fora.
Quantas vezes havia perdoado, quantas vezes se havia feito
vulnerável!
Em tempo, quando o coração não mais pudera, quis desistir.
De tentar, insistir, persistir.
Entristeceu-se por sua própria fraqueza.
Contudo, enxergou sua vulnerabilidade como força.
Recordou tudo o que foi dito, todas as tentativas.
Lembrou
de todos os pedaços que colou de volta em seu coração e quantas vezes o mesmo
pedaço caíra por não ter sequer tido tempo de deixar a cola secar.
Sentiu-se novamente fraca.
Sentiu-se com vontade de recomeço.
Então, se sentiu forte de novo.
Sabia que essa coragem nunca a abandonara.
Sabia que podia recomeçar quantas e tantas vezes quisesse.
Que se a cola não funcionasse, ela amarraria com barbante,
mas seguiria em frente.
Ela sabia que não abandonaria suas crenças por ter seu
coração partido.
Por fim, acreditou em si mesma e desistiu de tentar.
Pensou no que poderia acontecer de bom e nas tantas vezes
que alcançara o sucesso por recomeçar.
Pensou que nunca se arrependeu de dar segundas chances.
Pensou que ela ainda era ela e que nada no mundo mudaria sua
essência.
Juntou os pedaços e seguiu em frente.
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