segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Perspectivas.

Ela estava dividida.
Queria o mundo nas mãos, mas tinha que escolher apenas um continente. Não sabia qual.

Era jovem, bonita e um tanto atraente. Tinha tudo nas mãos e sede de fazer esse tudo. Uma certeza na cabeça e uma confusão no coração. Queria não se importar, mas vozes constantes diziam que ela precisava tomar uma direção e ela ficava confusa. Ela se sentia perdida.

De um lado, o amor e, do outro, o resto do mundo. Inserida em seu próprio universo de vozes internas, questionou-se se largaria tudo por amor. Sua cabeça afirmou, sem hesitar, que jamais isso seria possível. Seu coração apertou-se em seu pequeno espaço e questionou-se como seria então. Conflitos internos.

Seus órgãos vitais brigavam entre si para tentar se entender para escolher uma direção e ela, na espera da resposta, tentava não se importar. Sonhava apenas com as possibilidades e mergulhava dentro de cada uma delas. Assistia à própria vida como um filme.

Contradizia-se. Não sabia mais o que era prioridade. Não queria comer, não queria beber, não queria viver naquela indecisão. Estipulou um prazo.
- Três dias, a partir de hoje. - murmurou para si.

Queria que o amor se unisse aos seus sonhos e não precisasse escolher entre um ou outro. Queria que as coisas fossem mais fáceis. Queria não ter que dar tanta importância para o amanhã.

O prazo estava correndo e seu coração se apertava a cada momento.

Fechou os olhos e tentou se concentrar em dormir.