terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Crenças.


Você não acredita que seja possível perder o ar de tanto amor ou mal conseguir terminar um discurso sobre ele, por soluçar de tanto chorar.  

Você não acredita que possa ser pra sempre e que o que você sente seja verdadeiro. 


Você acha bobagem todos os filmes de romance, porque coisas desse tipo não são possíveis, né? 


Você é incapaz de se deixar chorar. 


Você acha normal as pessoas mentirem umas para as outras e não acredita que alguém possa ferir seu coração, porque isso é besteira e você não é assim. 


O engraçado, é que você esqueceu que é humano e que também tem coração.



Você é assim porque a sociedade em que você cresceu te fez assim. Não vale a pena viver de razão, sem saber o que é apertar os olhos durante beijo verdadeiro.

Tenha um amor na vida e, mais ainda, faça ele valer a pena!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Perspicaz.


Ela teve dias de agonia, mas render-se ao amor trouxe paz ao seu coração. 
Suas dúvidas e receios já não a perturbavam mais, suas noites - e sonhos - estavam mais seguras. 
Ela se sentia segura também.

O romantismo, que parecia já não existir mais, havia tomado conta dela.
Ela estava feliz como nunca.


Esqueceu os protocolos, as restrições e os porquês: Apertou os olhos e se deixou amar como há muito não fazia.


Soneto de fidelidade - Vinicius de Moraes

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Doze meses.

Ela estava com o coração aflito.

Havia contado os dias anteriores e (como já não estava em um domingo comum) sentia que precisava externar suas agonias em algum momento. Não sabia como.

Estava revivendo a emoção da véspera de um ano atrás. Pensou, calculou e analisou os últimos doze meses. 
- O que eu fiz, afinal? - indagou-se. 
Silenciou.

Organizou os pensamentos e contou, mentalmente, tudo o que havia feito. Após um ano turbulento e cheio de novidades, estava ali, forte e, embora não tão firme, reerguida. A vida lhe pregara peças que pensou não ser capaz de encenar. Se enganou.

Viu meses passarem sem serem vividos. Imersa à fixação por um objetivo frustrado, sua mente se fez cega e deixou frio o seu coração. Não queria aceitar o presente. 

Quando, à beira do penhasco, olhou de relance para o lado, viu algo que despertou-lhe a vida novamente. Perguntou se não valeria a pena viver por aquilo e decidiu tentar. Recuou da entrega sem volta e rendeu-se à novidade.

Um ano atrás, estava indo em direção à realização de um sonho antigo. Hoje, ainda em busca de um novo sonho antigo, possui rumos tomados e um coração aquecido. O aniversário da véspera mexera com seus sentimentos, porém a fizera entender que era ali onde devia estar. Sabia que havia deixado muito para trás e que ainda havia muito por vir, mas sentia-se renovada e, finalmente, entendera que o tempo de espera fora necessário para atingir o entendimento. 

Havia amor, busca, vontade e, principalmente, havia esperança.

Acalmou as emoções, fechou os olhos e curtiu o reviver das emoções.

Pensou no antes, no agora e no depois, e decidiu que deixaria as lembranças em seus respectivos lugares.

Ela sabia que, por mais que não tivesse ideia do que a aguardava, estava pronta para viver o que lhe fora preparado para viver.