sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Fedô

Uma barulhenta manhã na cidade maravilhosa denuncia algo que não é muito difícil descobrir: Voltamos do feriado sem dormir. As turbulentas notícias matutinas anunciam a insônia do fim de semana unindo-se à correria nas calçadas. Pra mim, uma mineirinha da gema, soa meio estranho.

Em Minas, querendo ou não, tudo volta em clima de preguiça, com gostinho de quero mais. Aqui no Rio, a muvuca aparece até nas praças vazias. Os pombos parecem entender que tudo está de volta e cumprem sua função de abandonar os céus e preencher os bancos abandonados das praças do centro.

Não consigo dizer ao certo o quanto é estranho, mas é. E não falo só do sotaque. Tem toda a apreensão das ruas, a tentativa de seguir os conselhos da mamãe de "cuidado com a bolsa, é muito perigoso, não fique sozinha na rua até tarde", e a segregação. O aroma fétido das ruas, representa os gritos de classes separadas por um universo de vias. As mesmas que, há muito, diziam esperança àqueles que se aventuraram em busca de algo melhor. E encontraram apenas o mau cheiro.

O Rio de Janeiro fede. À insegurança, beleza e desigualdade. Tudo misturado em um só lugar. Aquela que chamam de maravilhosa, carrega consigo uma máscara que muitos gostam de ver.

Mas, o fedô, ninguém consegue abafar.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Um trem, uma pauta, uma aventura.

É impressionante como a vida de jornalista nos leva à rumos estranhos.

Eu, que passei quase vinte anos - dos quase vinte que tenho - freqüentando a cidade em que meu pai nasceu e cresceu e minha mãe estudou, agora volto com um propósito diferente: o de investigar. Louca e impressionante, a tal história de ter uma boa pauta e um bocado de conhecimento sobre algo, realmente nos concede valores.

Ao perceber a condição em que vivem os seres humanos que dependem da água e do peixe para sobreviver, alimentar suas mulheres e filhos, não consegui mais ficar parada. Queria porque queria descobrir o porque de tanta 'falcatrua' e ganância. Uma Hidrelétrica que só existe para causar desnível, destruição seca e dinheiro. Muito dinheiro.

Embora seja um concurso e existam prêmios envolvidos, nada está me importando mais. Eu quero é descobrir mais. Descobrir e denunciar. Botar a boca no mundo pra melhorar a vida daqueles que a história eu conheço bem. Povo simples, trabalhador e sem perspectivas. O que restou, foi destruído. Por dinheiro.

Ainda não comecei, mas é preciso ter um start categórico. Com uma boa pauta, embarquei num trem e iniciei essa aventura. Que antes mesmo de começar, já iria dar "pano pra manga".

Começou. E não vai acabar tão cedo.



"Não há nada mais cruel no mundo do que tirar do trabalhador honesto seu sopro de esperança. A esperança é a única capaz de fortificar e manter firme a vontade de viver e de continuar. É preciso acreditar.".

domingo, 20 de setembro de 2009

Fechado para... Soluções?!

É, é isso mesmo. Como se não bastasse os enúmeros feriados e a baixa qualidade do ensino público, ainda suspenderam as aulas adiando, ainda mais, o tempo do saber. E o motivo? Ah, falha na saúde.

Enquanto era só notícia e só em outros países, ninguém se importava e dizia, à quem quisesse escutar, que estávamos preparados para recever todo e qualquer caso da nova gripe. Pois bem. O discurso foi lindo e as propagandas melhores ainda. Tudo tão lindo que estamos à beira de uma pandemia sem controle e sem previsão de conserto.

Juntando tudo e misturando na tijela da sociedade, temos um medo. Sim, medo e atraso. Os que estavam, até então, totalmente preparados, temem uma expansão descontrolada e encontram como solução, retardar tudo. Aulas, funcionamento de órgãos e até mesmo comemorações cívicas.

O país está no meio de uma crise que nada tem a ver com cifrões. Uma crise que afeta a parte que mais interessa aos cidadãos. A saúde.E quando o povo pergunta se ou quando terá fim, a resposta é sempre a mesma: “Ah, cancela tudo que a gente pensa e resolve depois...”.



PS: Escrevi esse texto em 7/08, só que não tava comigo. Daí peguei agora, dei uma mudada e postei! Acho que, pelo assunto, ainda tá valendo..!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Pequena junina.

Ela pediu, eu faço.

Claro que faço. Afinal, ela é metade de mim. Parte do meu ser e do meu sangue que, dia após dia, cresce e aparece. Aparece pro mundo, pra vida, pra ela mesma.
Amor é pouco pra descrever o que vivemos. Somos cinco inseparáveis, mas tem algo de diferente que me liga à ela. Não sei se são os dois meses de diferença, mas... Sei lá. É tanta vontade de viver - e viver bem, diga-se de passagem - que parece que saimos de um mesmo útero. Mas, se pensar bem, saímos!

Primeiro a mãe dela, depois a minha. Primeiro eu, depois ela. Abril, depois Junho. E, acredite, não há nada mais bonito que passar a infância inteira bringando, arrancando os cabelos e rir de tudo isso quando se cresce. Passar as férias na casa do vovô e muuitos fins de semana. Em Julho era Tio Carlinhos, com certeza, mas a gente gostava mesmo era de Dezembro. Não tinha praia, areia nem nada disso. Era terra, sol, cachoeiras e amor. Muito amor.

Hoje eu digo com prazer o TANTO que eu me orgulho dela. O tanto que ela me ensinou com sua história de vida. Com suas dificuldades, manias, bizius. Com seu ombro, ouvidos, cérebro, e todo o organismo de amiga. Sim, somos melhores amigas. E pra sempre.
Ah... quem é ela? Pollyara Cremasco. Minha prima!

Dois seres com um só coração.

Te amo, macaca!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

E agora, José?!

Sim. Deve ter sido isso que o nosso querido Belchior pensou quando, ligando os noticiários brasileiros, viu que sua festa havia acabado e o povo todo sumiu. Afinal, não se pode nem sumir um pouquinho, que o mundo inteiro se desespera. O mal, é precisar sumir pra isso.

Durante anos, foi um ícone musical. Apoiou ONGs e campanhas contra todos os males do mundo, e nem ocupou sequer uma página inteira no jornal. Daí resolveu mudar. Sumir um pouquinho, mudar os ares, sem maiores intenções. Apenas para espairecer.

Mas não! Não lhe é permitido nem fugir do alvoroço das cidades, que lá vem a internet, os jornais e até mesmo o Fantástico – que despencou a repórter Sônia Bridi da França ao Uruguai, só para descobrir o paradeiro do músico -, querendo derrubar sua paz.

Em meio à corrente dúvida sobre a morte de Michael Jackson e sua disparada póstuma em tudo quanto é canto do mundo, resta-nos uma dúvida: Será que o sucesso morre com o tempo – mesmo sem precisar morrer – ou ele nasce quando aqueles que sempre o buscaram, resolvem desistir?

E agora, José?

sábado, 14 de março de 2009

Sem sinal vermelho.

Não. Não adianta o quanto me digam pra parar. Eu não paro. Não paro porque sei o que é. Sei o porquê do que me pedem. Eu incomodo. E não é pouco. E, quando há alguém incomodando tanto quanto eu, o que se faz é tentar tirar de cena. Mas não a mim.
Quando me disseram da primeira vez, apenas ignorei e fingi que não era comigo. Foi difícil, mas consegui. Daí pra frente, só foi piorando e os pedidos ficando cada vez mais freqüentes. Eu me perguntava o porquê daquelas indagações, mas não entendia. Hoje eu entendo.
Entendo que quando a gente é feliz demais, a gente incomoda. Que quando a gente chega querendo fazer as coisas funcionarem, a gente incomoda. Que quando a gente consegue fazer num segundo o que tem gente tentando fazer há muito tempo, a gente incomoda e muito. E eu incomodo.
Incomodo pelo simples fato de querer unir o mundo numa só harmonia. Em querer fazer todas as melhores vibrações do mundo chegar a quem queira sentir. Incomodo, pelo simples fato de ter sangue nas veias e desejar incansavelmente o que muita gente ainda é relutante em por em prática. Viver e ser feliz.

“Não adianta viver em vão. Construir um futuro com lembranças no nada, não é viver. É contar uma história surreal.”.

E é verdade...
“É mais fácil ser pedra que vidraça