segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Doze meses.

Ela estava com o coração aflito.

Havia contado os dias anteriores e (como já não estava em um domingo comum) sentia que precisava externar suas agonias em algum momento. Não sabia como.

Estava revivendo a emoção da véspera de um ano atrás. Pensou, calculou e analisou os últimos doze meses. 
- O que eu fiz, afinal? - indagou-se. 
Silenciou.

Organizou os pensamentos e contou, mentalmente, tudo o que havia feito. Após um ano turbulento e cheio de novidades, estava ali, forte e, embora não tão firme, reerguida. A vida lhe pregara peças que pensou não ser capaz de encenar. Se enganou.

Viu meses passarem sem serem vividos. Imersa à fixação por um objetivo frustrado, sua mente se fez cega e deixou frio o seu coração. Não queria aceitar o presente. 

Quando, à beira do penhasco, olhou de relance para o lado, viu algo que despertou-lhe a vida novamente. Perguntou se não valeria a pena viver por aquilo e decidiu tentar. Recuou da entrega sem volta e rendeu-se à novidade.

Um ano atrás, estava indo em direção à realização de um sonho antigo. Hoje, ainda em busca de um novo sonho antigo, possui rumos tomados e um coração aquecido. O aniversário da véspera mexera com seus sentimentos, porém a fizera entender que era ali onde devia estar. Sabia que havia deixado muito para trás e que ainda havia muito por vir, mas sentia-se renovada e, finalmente, entendera que o tempo de espera fora necessário para atingir o entendimento. 

Havia amor, busca, vontade e, principalmente, havia esperança.

Acalmou as emoções, fechou os olhos e curtiu o reviver das emoções.

Pensou no antes, no agora e no depois, e decidiu que deixaria as lembranças em seus respectivos lugares.

Ela sabia que, por mais que não tivesse ideia do que a aguardava, estava pronta para viver o que lhe fora preparado para viver.