terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Promessas.

Ela estava com saudades.

Muito havia se passado e ela sentia falta das coisas antigas. Os telefonemas constantes, tornaram-se mensagens esporádicas e as mensagens tornaram-se pensamentos. Pensou na ausência.

O que antes era resolvido com oito dígitos e um tom de linha, tornou-se motivo de agonia dentro dela. A tentativa de manter viva a proximidade esvaiu-se no tempo e virou lacuna. O tempo passado e as centenas de quilômetros fizeram com que os hábitos juntos se tornassem vontades solitárias. Silenciou.
Pensou em todos os amigos que tivera. Nos da infância, que ainda tinha contato, e nos que passavam por ela pela rua e fingiam que não a conheciam. Nos da adolescência, nos sonhos compartilhados e nos das lembranças mais recentes. Não sabia o que dizer.

Mergulhada nos sentimentos da lembrança, contou cada um que lhe cruzara o dedo e dissera: "Pra sempre!". Sentiu falta deles.
Ela sabia que seria assim um dia. Sabia que os rumos seriam contrários e que as voltas da vida os separariam. Ela sabia das causas e das consequências, mas ela também sabia dos sentimentos. Eles sim eram pra sempre. 

Lembrou-se da amizade mais pura e sincera que ainda mantinha. Lembrou-se, também, que era a mais antiga e que mesmo que a vida não permitisse vê-la com frequência, sabia da intensidade do amor que as guardava na presença. Sentiu falta dela.
Da necessidade da sinceridade amiga, guardou seus sentimentos no silêncio. Sabia que tinha alguém, mas não sabia a quem recorrer.

Eternizou na memória as amizades e os momentos vividos. Ela sabia o que foi dito e sabia que não havia sido em vão. Todos os sentimentos estavam guardados dentro dela.

E ela prometeu nunca se esquecer.