sábado, 9 de julho de 2011

Ela.

Era ela. Nem feia nem bonita. Nem gorda nem magricela.
Tinha mil defeitos e qualidades à altura. Não os contava.

Aonde estava, não era feliz. Nem tinha amigos e nem nada. Tinha apenas memórias distantes. Essas também não importavam mais.

Em outro lugar, tinha amigos. Quando estava com eles, deixava a mente voar, os lábios sorrirem e ao nada se entregava. Sentia-se viva, sentia-se ela.

Ao redor de onde estava só via lembranças. Memórias de uma inocência que um dia foi dela, mas que não existe mais. Se já existiu.

Seu rosto, seu corpo, seu ritmo, suas prioridades. Tudo mudou. Se para bom ou ruim, não se importava. Ali, nada importava.

Queria voltar, estar com os amigos, voltar a viver. Queria sua música, sua liberdade, seus movimentos sem olhares de reprovação. Ela queria ser quem era de verdade.

Aonde estava, nada era o bastante . Havia teto, havia chão, mas não pra ela.

Ali, ela não era ela.