Escolheu a
vida só, além do dois.
Teve
dúvida, medo e incertezas quanto às próprias capacidades.
Julgou-se.
Havia
abandonado a zona de conforto e partido para o desconhecido, de peito aberto e
coração na mão.
Temeu o
futuro.
A dor
aguda, constante e inevitável traziam angústia, mas também um certo alento.
Sentia um
paradoxo sem fim.
Sem
explicação.
Pensou nas
dores de amor como as chuvas em Março nas terras Tupiniquins.
Mesmo
fortes e persistentes, passam com a chegada de Abril e o sol do Outono.
Pensou
nas folhas tocando o chão e levando consigo cada sentimento e memória do que
foi.
Refletiu.
Pensou em
si, nos planos, nas coisas boas que ficaram e questionou o que estaria por vir.
Cogitou sua
idade.
Contou tempo, espaço e metas.
Contou tempo, espaço e metas.
Questionou
o futuro.
Na árvore
de sua vida, um uma brisa levou consigo a última e resistente folha.
Tudo se
esvai.
O coração
esvaziou, a cabeça se preencheu.
Como um
moinho d’água, seus pensamentos se renovaram e o coração se aquietou.
O inverno
que pareceu demorar pra sempre foi inundado com uma imensidão de brotos e novos
sentimentos.
A água
agora era fresca e seus pensamentos também.
Cresceu.
Na clarividência
de sua força, enxergou-se longe.
A cada
flor, uma nova experiência.
A cada
experiência, uma lembrança.
Rezou baixo
para que essas, sim, prevaleçam.
E que se
multipliquem a cada desabrochar.
Pensou que
ser um não é ser só.
Mas apenas
permitir-se viver uma nova primavera.