segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Rumos.

Ela não conseguia dormir.
Tinha pensamentos demais na cabeça e não conseguia acionar a frenagem de todos eles. Desistiu de tentar.

Estava com uma melodia na cabeça que a acompanhara durante todo o dia e, estranhamente, não queria tirá-la dali. Divertia-se com ela. Cantarolava baixo, apenas para seus pensamentos, na esperança de que eles acalmassem. Em vão.

Viu na tela à sua frente um site de buscas e digitou palavras soltas. Leu sobre tudo, mas não concentrou-se em nada. Estava atordoada demais.

A decisão, que outrora era motivo de perder o sono, fora tomada e, ainda assim, a deixava incapacitada de pregar os olhos. Pensava nas possibilidades, imaginava os sabores, as descobertas. Não sabia o que a aguardava dali em diante e, no fundo, não queria saber. Pela primeira vez na vida, ela queria seguir o tempo de acordo com seu próprio ritmo. Não se entendia.

- Dezoito dias, pensou.

Era tudo o que sabia. Não sabia o que aconteceria, não sabia quais eram os planos que estavam por vir. Sabia apenas que o tambor que ruflava dentro dela não conseguia parar de se emocionar com a ideia. A decisão estava tomada e os destinos traçados. Atravessar o oceano seria apenas o começo.

Seu conflito interno havia terminado, mas a batalha das emoções estavam apenas começando.


"Running free like the change of tide
I'm so alive, so alive, so alive..."

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Perspectivas.

Ela estava dividida.
Queria o mundo nas mãos, mas tinha que escolher apenas um continente. Não sabia qual.

Era jovem, bonita e um tanto atraente. Tinha tudo nas mãos e sede de fazer esse tudo. Uma certeza na cabeça e uma confusão no coração. Queria não se importar, mas vozes constantes diziam que ela precisava tomar uma direção e ela ficava confusa. Ela se sentia perdida.

De um lado, o amor e, do outro, o resto do mundo. Inserida em seu próprio universo de vozes internas, questionou-se se largaria tudo por amor. Sua cabeça afirmou, sem hesitar, que jamais isso seria possível. Seu coração apertou-se em seu pequeno espaço e questionou-se como seria então. Conflitos internos.

Seus órgãos vitais brigavam entre si para tentar se entender para escolher uma direção e ela, na espera da resposta, tentava não se importar. Sonhava apenas com as possibilidades e mergulhava dentro de cada uma delas. Assistia à própria vida como um filme.

Contradizia-se. Não sabia mais o que era prioridade. Não queria comer, não queria beber, não queria viver naquela indecisão. Estipulou um prazo.
- Três dias, a partir de hoje. - murmurou para si.

Queria que o amor se unisse aos seus sonhos e não precisasse escolher entre um ou outro. Queria que as coisas fossem mais fáceis. Queria não ter que dar tanta importância para o amanhã.

O prazo estava correndo e seu coração se apertava a cada momento.

Fechou os olhos e tentou se concentrar em dormir.